Estala o alarme do relógio em cima da cabeceira
Um pequeno susto ao despertar
Coço por um período de tempo meus olhos
Olhos estes pesados pela longa noite
Noite que parece não acabar
Tomo um prolongado banho
Instantes transformam-se em horas em minha cabeça
Nas brumas densas perco-me
Urro e esperneio
Aos arredores de minha memória
Respingos de café caem em minha gravata
Imediatamente levanto-me e pego uma toalha
Esfrego-a freneticamente, porém a mancha permanece
Como rapidamente a última fatia de pão
O ônibus não me espera
Mantenho uma corrida disparada, mas perco minha condução
Mais uma vez chego atrasado
Idéias faltam em minha mente para desculpas
Não as tendo, aceito a situação
Há um grande espaço vazio em minha mesa
A rotina aperta e o serviço chama
Volta e meia consumo-me em meus pensamentos
Imaginando vidas as quais nunca tive
De volta para casa, deito-me novamente
Apenas esperando o novo amanhecer.

Ciro Rafael, 02 de agosto de 2009.