A noite vazia bate à minha porta
Desesperado, pego minhas chaves e pulo pela janela
Sento ao banco de meu bólido rubro
Ligo o motor e meto o pé no acelerador
Em disparada tomo o rumo da estrada
Não me importa para onde vou
Mas sim de onde estou fugindo
No banco do passageiro está Satã
Gargalhando e debochando de minha cara
Ligo o som ao máximo
E rezo para poder flutuar
Porém meus olhos não me obedecem
E os meus pensamentos tomaram caminho igual
Sento-me a beira-mar
Onde a velha viela branca insiste em me chamar
Viro o rosto e mudo o caminho
Sacudindo a poeira fina que ainda insiste em grudar
Pedidos e orações não me faltam
O que falta é a fé para acreditar.

Ciro Rafael, 06 de agosto de 2009.