Hoje meu peito sangra
Mesmo protegido pela grossa armadura
Fora brutalmente ferido
Pela chaga que ostentas em tua perna
Aos prantos joguei-me ao chão
Lamentado por não ter cumprido com meu juramento
Meu escudo está largado ao solo
E minha espada jaz embainhada acumulando poeira
Armas velhas e enferrujadas
Que não servem nem para proteger a donzela
Desesperado eu choro
Miro meu rosto refletido sobre o lago
Não posso mais ser chamado de cavaleiro
Sei que para ti fui o dragão
Lacrimejando subo em meu cavalo
Mantendo disparada rumo ao desconhecido horizonte
Sei que assim ninguém mais te machucará
Estarás a salvo e segura longe de minha presença
Corro para o além-mundo
Já que assim terás paz.

Ciro Rafael, 19 de agosto de 2009.