Quem me conhece deve está levando um susto ou até não acreditando quando ler a frase título desde texto deve estar se indagando: -"Como assim o ganancioso Ciro Rafael que dizia que o sonho de sua vida era ser bilionário, agora diz que o dinheiro não trás felicidade?”. Bom hoje eu digo com toda certeza que o dinheiro não trás felicidade, e nem completo com a velha piadinha de “ele não trás manda buscar”.

O dinheiro é um bem material, por esta razão é um bem perecível por natureza, acaba deteriorando-se mediante a ação de tempo, força da natureza ou pela simples atuação da força humana, mas aí podem chegar os mais gananciosos e que dirão: “Mas o dinheiro tem que gastar mesmo”. Bom, verdade, o dinheiro é algo criado somente para ser deteriorado (ou gasto) com o fim de adquirir outros bem, gerando um ciclo vicioso onde a busca desenfreada para apropriação de bens e até mesmo pessoas, criando uma corrida fervorosa para a aquisição de mais e mais dinheiro a todo custo e medidas.

Entretanto, toda a riqueza no mundo não será capaz de suprir o real espaço gerado pela ausência do único tesouro realmente importante na vida, o amor. Hoje, após muitas reflexões e até mesmo muitas lágrimas, vejo que o dinheiro só possui um verdadeiro propósito quando já possuímos o amor, neste caso ele se transforma em apenas um instrumento para poder “ajudar” a proporcionar a felicidade das pessoas que amamos, sem esta finalidade ele será apenas aquilo expresso por sua própria natureza, um pequeno pedaço de papel.

Deve-se prestar muito atenção neste quesito, ele apenas “ajuda” e não gera. A felicidade, assim como o amor, encontra-se nas coisas mais simples e baratas que podemos encontrar, é num sorriso luminoso de uma criança, é nas rugas de experiência de uma vida bem vivida, é num abraço carinhoso após um penoso dia de luta, é escutar um te amo apaixonado no primeiro raiar da manhã, nunca em um pedaço fútil de papel.

É certo que na sociedade contemporânea capitalista em que vivemos possuímos necessidades que só podem ser supridas com o capital em mãos, todavia não podemos tirar de foco que no fim nós somos o dono do dinheiro e não o contrário, guarde um pouco, afinal deve-se estar preparado para as intempéries que o futuro às vezes nos reserva, assim como é bom ter o bastante para se viver com certo conformo, mas nunca o bastante para esquecer que existe neste mundo algo bem maior, o mais puro e verdadeiro amor. Qualquer outra forma de avaliar os seus valores estará completamente errada levando ao caminho certo de uma vida vazia preenchida somente com a solidão. Quem me dera ter aprendido isto bem antes.

Ciro Rafael, 24 de setembro de 2009.