Mais uma noite ergue-se no horizonte
Mais uma vez o sono me falta
Fazendo-me contemplar a cada segundo
Com a dura penitência de sua longíngua extensão

Algo retira-me o sono
Roubando a tranquilidade já fragilizada
Deixando-me em alerta
Nesta quente noite de julho

Deveria estar contente
Já que quem amo dormi tranquilamente
Totalmente protegida
Em sua pequena cama aquecida

Ainda assim sinto-me pequeno
Pois tudo que há no mundo
Eu tão pouco
Ou mesmo nada, sei
Abro a boca e braços
Exaltando tão nobre sentimento
Mas o que sabe eu verdadeiramente sobre o amor?
Não passo de um infante
Que recentemente abandonou o seio
E nem de longe sonha
A bara saia abandonar

Triste figura
Que em sua cama espera
Com o contínuo passar das horas
O sono pesado capaz de o levar.

Ciro Rafael, 06 de julho de 2010.