"Eu sou é homem". Tal frase além de um grande assassinado ao bom uso da língua portuguesa leva-nos a fazer um ninho de reflexões sobre o que é ser realmente homem, o que é ser realmente adulto, o que é ser realmente maduro. Será que somente uma auto-afirmação é forte o bastante para certeza de tal sentença?

Nos primordios de nossa civilização tal afirmação era mais fácil de se comprovar. Durante eras inúmeros ritos de passagem foram propagados por todos os povos com o simples intuito de de separar os meninos dos homens. Na grande maioria dos povos da antinguidade (nisto se colocam os persas, gregos, índios das Américas, tribos da África e da Ásia), os rapazes eram abandonados onde deveriam sobreviver sozinhos e caçar o seu primeiro animal. Tal feito era o grande marco da infância para a vida adulta. Nas mulheres era mais fácil ainda, era apartir do momento da primeira menstruação, onde já estavam prontas para casar.

Esta regra vigorou durante milênios, até que no século vinte surgiu uma nova classe de ser, não mais o ser humano era dividido entre meninos e homens. A partir desse marco o ser humano encontou uma nova fase de vida que misturava o melhor das duas: A irresponsabilidade e a "dependência" financeira dos pais caracteristicos da infância e a melhor e maior qualidade antes exclusiva da vida adulta, o sexo é claro.

Tal fase chama-se adolescência, por sinal única entre todas as espécies do mundo. Somente os seres humanos possuem tal fase, tão prazerosa e complicada ao mesmo tempo como esta. Como já foi dito, esta fase da vida é a melhor de todas justamente por unir o melhor das duas, esqueçamos as espilhas, o crescimento desordenado, a insegurança sem medida e mais um monte de coisas que mancham esta etapa da vida. Fora tudo isso, sem sombra de dúvidas o adoslescente é o ser mais feliz do mundo.

Esta afirmativa é tão verdadeira que hoje nos deparamos com fatos totalmente sui generis, homens (e mulheres) cada vez mais velhos presos nesta faze da vida que inicialmente deveria ser dos 12 aos 18 anos. Vêmos homens de 40 anos que se recusam a sair da casa da mãe, homens de 50 que querem somente o chato "ficar", pessoas na mesma faixa de idade sem querer o maior nível de comprometimento e responsabilidade.

Tais fatos poderiam até ser justificáveis, já que antigamente o mundo pedia de cada um a sua parcela de contribuição cada vez mais cedo, meninos e meninas começavam a trabalhar e se casar na idade que estavam deixando seus brinquedos. Entretanto, com o advento da informática, assim como o grande número de novos cursos e profissões, bem como o domínio das transas de uma noite só e da insegurança do cenário sócio-econômico mundial, causam um medo de gelar a espilha na grande maioria da população que os fazem querer manter-se o mais tempo possível sob a barra da saia de sua mãe.

Mas como eu disse "poderiam ser justificáveis", pois não são. No mundo globalizado em que vivemos não podemos perder tempo fugindo das responsabilidades que ele deposita em nossos ombros, fazendo-nos assim retornar à indagação do início do texto: Quando nos tornamos homens (ou mulheres) de verdade?

Seria quando praticamos nossa primeira relação sexual? Em minha singela opnião eu acho que não. Atualmente os jovens praticam cada vez mais cedo o ato sexual, e pior, sem o menor nível de informação, tão pouco proteção e precaução, o que representa o crescente número da gravidez na infãncia e adolescência e das doênças venérias.

Seria quando já temos músculos bastante para "quebrar a cara" do próximo? Mais uma vez acho que não, já que não acho "homem" aquele que mete a mão na cara de todo mundo, é somente um babaca que deixa seus hormônios o dominar. Quem sabe seja mais maduro aquele que sabe que poderia arrebentar o cara inteiro, mas apenas sorrir e vai embora quando tal "oportunidade" aparece.

Seria quando ele casa e constitui uma família? Novamente minha resposta é não. Se fosse assim não haveria o enorme índice de divórcios que chegam a 50% dos casamentos em menos de 05 anos e de 75% aos 10 anos de casamento.

Seria quando o homem sai de casa e arruma um emprego? Apesar de achar essa a mais próxima de resposta ainda tenho minhas dúvidas justamente pelo fato deta ser mais uma necessidade do que uma opção de vida.

Sendo assim, quando é que nos tornamos homens (ou mulheres) de verdade? Bom, eu não sei, não me considero um "homem de verdade", no fundo me acho um grande muleconte. O certo é que não importa o quanto você progrida, não importa o quanto você tente melhorar, sempre aparecerá uma vaca (ou um corno) que acha que sabe mais que você, sempre desposta a lhe por para baixo, tentando minar todo seu esforço.

Meu conselho para esta situação? Ignore-a, tal piranha nunca teve e nunca terá nada haver com sua vida, nunca lhe conheceu e nunca o conhecerá de verdade, então porque se importar? Que se dane, com certeza um homem de verdade não vive uma vida buscando a aprovação de ninguém, pelo menos é o que eu acho.

Estando na habilidade de caçar, ou de derramar sangue por entre as pernas, ou de poder comer o máximo de mulheres, ou de poder bater em alguém, ou de xingar o mais alto e das mais variáveis formas possíveis, ou de beber litros e litros de alcool, ou de poder se sustentar, ou de qualquer uma outra que a criatividade humana poder imaginar, ser um homem (ou mulher) de verdade é um conceito tão complexo quanto o da física quântica.

Se sou um homem de verdade ou não eu não sei, talvez nunca chegue em tal lugar, mas que pelo menos eu tento e oro por esse fim ah isso eu faço. E você?