Minha fiel amante
Que em encontros furtivos me traz
Me embala em gélidos braços
Beijando-me com teus secos lábios
Me perseguindo pelas escuras vias
Cercando-me em afiados farpados
Me deita em venenosos espinhos
Cobrindo-me em podres lençois
Cruelmente me rouba o sono
Jogando por terra a minha paz
Inesperadamente espanca a porta
Sem pedir licença invade meu lar
Desfaz a mesa da cozinha
Escarrando podridão em minha cara
Deixando lembranças que logo irá retornar.
Ciro Rafael ∴, 15 de fevereiro de 2011.
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